PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL X APRENDIZAGEM
Acredito que para muitos professores esse assunto não é novidade, mas para quem não conhece poderá repensar sua prática em sala de aula. Alguns médicos conceituam como “Desordem” já outros denominam como “Distúrbio”. (DPAC – Distúrbio ou Desordem do processamento Auditivo Central) é a Disfunção da capacidade do indivíduo aprender a escutar com atenção e processar os estímulos sonoros, ou seja, é uma dificuldade em lidar com qualquer informação que chega pela audição.
Se você é professor, é muito importante avaliar se durante o processo de ensino-aprendizagem o aluno apresenta características como:
• Desatenção;
• Distração;
• Disgrafia, escrita desorganizada ou letra feia;
• Dificuldade em atender um chamado ou precisa ser chamado várias vezes;
• Dificuldade em localizar a origem dos sons;
• Dificuldade em memorizar nomes, datas, números;
• Dificuldades na fala (troca de letras);
• Dificuldades escolares (matemática e português);
• Dificuldades em distinguir a direita e a esquerda;
• Dificuldades em aprender a ler e a escrever;
• Dificuldades em entender corretamente o que lê;
• Dificuldades no relacionamento, muito agitado ou muito quieto.
É Importante enfatizar, que DPAC não deve ser confundido com surdez, a criança, o jovem, o adulto ou o idoso pode ter a audição normal e ter dificuldades para entender bem o que escuta, ou seja, DPAC está associado a dificuldades de aprendizagem. Para minimizar o atraso no processo de ensino-aprendizagem o indivíduo deverá ser avaliado através de exames audiológicos básicos e posteriormente avaliação específica do Processamento Auditivo, procedimentos realizados por médicos Fonoaudiólogos e Otorrinolaringologista, que encaminharão o paciente ao tratamento adequado a sua necessidade podendo ser terapêutico, Psicopedagógico ou Neurológico. Orientações básicas como: Chamar a atenção antes de conversar, falar pausadamente e bem articulado, usar frases mais curtas, usar palavras chaves, usar estratégicas verbais de repetição, usar atividades de interação com música, ajudam o bom funcionamento das estruturas do sistema nervoso central, ligados à atenção e a memória.
Possíveis causas de DPAC: Alterações neurológicas (doenças neurodegenerativas, alterações causadas por anoxia), problemas congênitos (infecções congênitas: rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes e toxoplasmose), peso de nascimento inferior a 1.500g, alcoolismo materno ou uso de drogas psicotrópicas na gestação, genética, permanência em incubadora (UTI - Neonatal por mais de 48 horas), Otites (inflamação do ouvido) durante os três primeiros anos de vida, processos alérgicos respiratórios, tais como sinusites, rinites e até mesmo refluxo gastro-faríngeo estão associados).
Independente do nível de escolarização e idade o acompanhamento médico terapêutico é fundamental para o indivíduo com DPAC manter uma vida saudável e de contínuo aprendizado.
Pais e professores e demais envolvidos com a educação, fica a mensagem de ALERTA! Vamos observar o desenvolvimento e a aprendizagem dos nossos filhos e alunos, existem vários distúrbios que impedem o educando a desenvolver habilidades importantes, e a audição dita “normal”, às vezes pode esconder DPAC e prejudicar a vida escolar em qualquer fase e faixa etária. Observar, Avaliar e investigar! Garantir atendimento em sua especificidade é a melhor solução.
Juliane de Cássia Cunha de Oliveira